DVRedentorista

(Desafio Vocacional Redentorista)

O primeiro DVRedentorista é DOM HELDER CÂMARA. Todos já sabem como procesder: ler e pesquisar sobre a vida e a influência de Dom Hélder na Igreja do Brasil e do mundo. O que ele representa para nós? O que fez? Como foi a sua história? Os sonhos de Dom Helder parecem com os seus?

Para ajudá-lo, postamos alguns videos do youtube para que facilite a pesquisa. Vamos indicar também leituras. E, se você puder adquirir livros escritos por ele ou que fale sobre sua vida, faz muito bem. O importante é buscar informações sempre novas para a nossa formação. Isto é imprescindível para o discernimento vocacional.

Durante a pesquisa, quando houver dúvidas, pergunte, comente. Mande sempre seus comentários para postarmos em nosso site.

Um abraço fraterno

Ir. José Torres

CONTRIBUIÇÕES DE PESQUISA

 

 Márcio Malta (Canapi – AL)

“Todo aquele que é cristão não pode perder a esperança. Podemos e devemos fugir de falsas promessas. Mas por mais que descubramos situações graves no Brasil e no mundo – no Brasil, agravadas pelo que se passa no mundo – para quem tem olhos de ver e ouvidos de ouvir, há claros sinais de esperança, a começar pela atitude dos jovens.” Discurso de Dom Helder para os jovens e a esperança.

   Desde o início de sua vida religiosa, como padre no Ceará e depois como bispo auxiliar e arcebispo no Rio de Janeiro, até o arcebispado em Olinda e Recife, Dom Hélder sempre exerceu influência sobre aqueles que estiveram ao seu lado. O seu carisma e a sua liderança, natos em sua personalidade, estiveram sempre presentes em sua trajetória de vida.

   A sua liderança, na maioria das vezes, foi exercida de maneira democrática, sem nenhum tipo de autoritarismo. Um legado deixado por ele foi à valorização que deu aos grupos, às comunidades: pensava sempre no coletivo, achava que era dessa maneira que a sociedade iria atingir as transformações por ela almejadas.

   Pessoa muito singela e que demonstrava sua preocupação com as injustiças sociais de sua época, não fez opção por sistema econômico, simplesmente seu pensamento perpetrava a uma realidade em que as injustiças sociais fossem combatidas para que o ser humano pudesse comungar o reino de Deus aqui na terra com mais plenitude. Vejamos um trecho de um discurso de Dom Hélder em 1944, numa cerimônia de formatura em que foi paraninfo, na Faculdade Católica de Filosofia, onde ele mostra a sua nova maneira de pensar:

   [...] depois de avaliar que estava afastada “a hipótese de uma vitória nazista sobre o mundo” e de que as democracias venceriam “lado a lado com a Rússia Soviética”, pedia que os cristãos evitassem “o farisaísmo de julgar que nós burgueses representamos a ordem social e a virtude, ao passo que os comunistas encarnam a desordem, o desequilíbrio e o desencantamento das forças do mal” e completou: “nós também temos nossas falhas e nossos pecados [...] pois encobrimos injustiças sociais gritantes com esmolas generosas e espetaculares”.

Foi com esta perspectiva que Dom Helder abraçou a causa das comunidades eclesiais de base firmando uma ponte entre educação, política, consciência e esperança. Dom Helder mais tarde com a ditadura militar iria sofrer forte perseguição do fruto de uma elite egoísta e que não estavam aceitando as transformações sociais e transparência democrática que nosso país estava vivenciando entre os anos de 1960 e 1964. Foi por causa dessa democracia mal compreendida pelos militares do golpe ditatorial, que Dom Helder foi perseguido no país pelos anos que se seguem. Diante do exposto foi tachado de comunista pelos ditadores do golpe militar.

   O Brasil estava iniciando o seu processo de redemocratização que, apesar do governo militar, caminhava a passos largos para a consolidação da democracia política em nosso país. Em segundo lugar, merece destaque o reconhecimento da universidade brasileira ao religioso, profeta e místico, Dom Hélder Câmara que, após anos de silêncio, não só voltava a expor suas idéias em público, bem como recebia pela primeira vez no Brasil, um título de doctor honoris causa.

   Nesse discurso, ele apontou aspectos que sempre foram muito importantes em sua vida: o cristianismo, os jovens e a esperança. Através da esperança cristã e da esperança, ele construiu um modelo de ação no qual, sem violência, ele atingiu de maneira violenta a todos os setores da sociedade que deveriam ser transformados para que os homens construíssem uma sociedade mais justa. A Igreja conservadora, o regime militar e os imperialismos foram os setores de maior atenção por parte do religioso. Conforme depoimento de Dom Antônio Fragoso sobre Dom Hélder: “Um homem que teve a coragem de ser não violenta a vida inteirinha, de ser o mais violento dos bispos do Brasil. Porque ele desmanchava por dentro os conteúdos, assim, de totalitarismo, de opressão, de dominação”.

   Enfim, foram suas atividades na Ação Integralista Brasileira, na Ação Católica Brasileira, na Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, no Movimento de Educação Básica, no Concílio Ecumênico Vaticano II, na Conferência Episcopal de Medellín, nas Comunidades Eclesiais de Base, somados à sua visão profética e preocupada com os excluídos e as desigualdades sociais cometidas a eles, é que Dom Hélder construiu um estilo único e insofismável de pensar, ser e agir.

 

REFERÊNCIAS

 Hélder CÂMARA, Só a verdade vos libertará.

 Hélder Câmara, Em Busca da Profecia. Direção Érika Bauer, produção Cor Filmes, 2003.

J. QUEIROZ (org), A Educação Popular nas Comunidades Eclesiais de Base, p.19.

Nelson PILETTI; Walter PRAXEDES, Dom Hélder Câmara: Entre o Poder e a Profecia, p. 391.

 

EDUARDO VICENTE (Garanhuns-PE)

 

Dom Helder Câmara foi, sem dúvida, um marco na Igreja do Brasil dos últimos 50 anos, que com seu exemplo e modo de agir, ajudou a mudar profundamente. Sua influência não se limitou ao Brasil: as numerosas viagens que fez ao exterior, às vezes dificultadas por mal-entendidos das autoridades militares e religiosas, fizeram dele uma figura mundialmente conhecida, amada e não pouco contestada.
Foi um dos idealizadores da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), organização copiada por bispos de outros países, e seu primeiro presidente. No Rio de Janeiro, atuou como bispo coadjuntor e, em Olinda e Recife, como arcebispo.
Sua obra, de fato, não o apresenta como teólogo, filósofo ou revolucionário teórico, mas como um pastor, no sentido mais amplos da palavra, preocupado com o bem-estar social e religioso do povo que ele amava.
Sua atuação transformadora começou a se manifestar, quando foi nomeado bispo auxiliar do Rio de Janeiro, aos 43 anos. Além de ter sido um dos fundadores da CNBB (1952), também o foi da Conferência Episcopal latino-americana (CELAM). No inicio dos anos 60, dom Helder dedicou-se à preparação do Concílio Vaticano II convocado por João XXIII.
Realizando seus sonhos e suas aspirações de justiça social e caridade, dom Helder deixou várias obras como a Obra do Frei Francisco, criada no Rio de Janeiro; iniciou o Banco da Providência, hoje ampliado, que centralizava doações e as distribuía entre a população pobre. Também criou no Rio de Janeiro um projeto de urbanização de favelas, conhecido como Cruzada São Sebastião.
Em Pernambuco, realizou a primeira experiência de reforma agrária, comprando terras na Zona da Mata e assentando trabalhadores rurais. (22/06/10)

 

 

 

TALES (Arapiraca-AL)

"Para mim Dom Helder fui um homem de pura simplicidade . O que tocou em mim foi a luta dele pra estar sempre a serviço dos mais necessitados. Gostei demais de sua historia, mesmo quando ele foi censurado, estava forte, sempre perserverante em servir aos necessitados. E com este exemplo maravilhoso devemos fazer o mesmo: lutar pelos necessitados como se fosse um parente bem próximo, pois eles precisam e muito. O que me tocou mais foi a luta dele pelos mais necessitados"

 

Na história de Dom  Hélder, também descobri que ele enfrentou os soldados para defender os padres de sua Arquidiocese. Isso foi um dos muitos fatos de sua luta pelos Direitos Humanos de seu povo. Ele também fundou a Conferencia Nacional dos Bispos Brasileiros (a CNBB) da qual ele passou um tempo como Secretario Geral. Ele foi também a única pessoa que recebeu quatro vezes a indicação do Premio Nobel da Paz. Assim ela passou a ser conhecido como “O Dom da Paz” e continuou sendo uma pessoa simples até o último dia de sua vida. Ele faleceu em Recife, 27 de agosto de 1999 aos 90 anos e com uma história bonita para o nosso pais .(14/06/10)

 

FERNANDO (Olinda-PE)

 

“Mais que comum dos dias, olhei o mais que pude os rostos dos pobres, gastos pela fome, esmagados pelas humilhações, e neles descobri teu rosto, Cristo Ressuscitado!”

Com esse esplêndido pensamento o grandioso Dom da Paz, como era chamado nosso querido Arcebispo Emérito (e eterno) de Olinda e Recife, nos demonstra o real encaminhamento para aqueles que querem seguir a vida exemplar de Cristo. Realmente, Dom Helder, foi um exemplo de cristão, um exemplo de sacerdote e um exemplo de pastor. Ao ocupar o 29º lugar na Cátedra de São Salvador do Mundo como Bispo de Olinda e Recife, e 6º como Arcebispo, nosso querido pastor tomou grandiosas atitudes em favor dos pobres e excluídos de nossa querida Igreja particular, o que poucos tiverem a ousadia e a coragem de fazer. Ele que lutou arduamente contra as opressões e sempre defendendo aqueles que necessitavam, nunca negou o acolhimento e a receber com grandiosa comunhão o seu querido rebanho. Recebeu a indicação ao prêmio Nobel da Paz por três vezes, um grande acontecimento para um brasileiro, e por sinal nordestino da cidade de Fortaleza-CE.

Este homem, para mim e acredito que para muitos, deve ser tomado por exemplo de compromisso para com a Messe do Cordeiro, principalmente para nós vocacionados, que buscamos servir a Jesus Cristo na pessoa do pobre e dos excluídos.

Abraços na Copiosa Redenção,

Fernando.

 

Fontes de pesquisa:

https://www.cefep.org.br/bio_dom_helder/pensamentos

https://www.arquidioceseolindarecife.org.br/arcebs6.htm

 

 

"Se der pão aos pobres, todos me chamam de santo. Se mostrar por que os pobres não tem pão, me chamam de comunista e subversivo."

 

Esta outra frase do grandioso Dom Helder Camara, chamado por alguns de o “Arcebispo Vermelho”, demonstra suficientemente a grande perseguição que ele sofria pelos militares na época da ditadura militar brasileira. O que mais me chamou atenção em sua biografia foi essa perseguição e a sua ousadia de continuar na luta pelos seus ideais de homem e cristão, que com certeza fora e sempre será um exemplo.

Tão grande era a perseguição que esse “santo” homem sofria, que foi preciso o próprio Vigário de Cristo, o Papa João Paulo II, vir ao Brasil em uma visita pastoral e declarar seu apoio a esse grande pastor.

Todo esse contexto demonstra fielmente a grande vida profética desse arcebispo, que fora perseguido, mas sempre querido e admirado pelos seus fiéis. Assim como, nas Sagradas Escrituras os profetas eram perseguidos, esse grande homem também o fora.

Espero ter essa mesma ousadia e essa grandiosa coragem, que nosso Dom da Paz teve, na minha vida, seja ela como leigo cristão ou como membro ativo do clero católico apostólico romano.

 

Abraços na copiosa redenção

(15/06/10)