Bolívia quer cobrar impostos da Igreja
O governo de Evo Morales provocou uma nova crise na Bolívia, anunciando que se exigirá da Igreja Católica o pagamento de impostos, sob ameaça de expropriação de seus bens. Paralelo a este anúncio, os produtores de coca ameaçaram o bispo Tito Solaris, de Cochabamba, por ter advertido pastoralmente seus fiéis sobre o "microtráfico" de cocaína, principalmente envolvendo menores. Querem que o bispo seja expulso do país!
Na diocese de Dom Tito há grandes produtores de coca e foi esta região que lançou Evo Morales à vida política. Ali, muitos jovens do Ensino Médio saem à noite para trabalhar no tráfico de cocaína.
Em julho deste 2010, o jornal "Estrela de Iquique", do Chile, publicou que a polícia chilena detivera, na fronteira, um jovem boliviano de 14 anos transportando 160 quilos de droga.
Os seis sindicatos de cultivadores de coca do Chapare, cujo líder é o presidente da Bolívia, recentemente deram um novo prazo para que o bispo se retratasse de suas afirmações.
Conforme convênio firmado no século XIX, entre a Bolívia e a Santa Sé, a Igreja Católica está dispensada de pagar impostos. Alguns impostos, fixados por lei, a Igreja paga normalmente. Como outras instituições religiosas, não se pagam os tributos por atividades referentes explicitamente à fé. Sobre as atividades que possuem características comerciais, como as universidades ou colégios, os impostos são cobrados e pagos devidamente.
A ONU revela que a Bolívia, com mais de 30.000 hectares plantados, é o terceiro maior produtor de coca do mundo, com 18% do total, atrás do Peru e da Colômbia. As autoridades colombianas estimam que, desse volume de coca, entre 35 e 40% são desviados ao narcotráfico.
Pe. Geraldo Rodrigues